Patricia da Rosa; Raquel Negrão. 2017. Abutilon esculentum (MALVACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no estado do Rio de Janeiro (Esteves e Takeguchi, 2015)
Caracterizada como arbusto terrícola, a espécie apresenta distribuição nos municípios de Armação de Búzios, Maricá, Rio das Ostras, Rio de Janeiro e Saquarema (EOO=3447 km², AOO=52 km²). Ocorre em ambientes extremamente fragmentados, e está associada à fitofisionomia de Restinga e à Floresta Ombrófila Densa Submontana, sendo encontrada na faixa de 200-300 m de altitude (Bovini, com. pess.). Apesar dos registros de coleta indicarem sua ocorrência em áreas protegidas como o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, Parque Municipal Ecológico da Prainha, Parque Nacional da Tijuca e Reserva Ecológica de Jacarepiá, a área de distribuição é historicamente degradada pela expansão de núcleos urbanos e a subsequente especulação imobiliária, principalmente na Região dos Lagos do estado (Bovini, com. pess.; Leme, 2000; Davidovich, 2001; Holzer et al., 2004). Outras ameaças incidentes são o aumento de incêndios de origem antrópica e as trilhas e estradas, além do turismo, principalmente no Parque Nacional da Tijuca (Matos, 2007; Soares, 2008) que implicam um declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat. Os registros de ocorrência da espécie estão associados às áreas litorâneas, o que permite estimar, tendo em vista o histórico de intensa ocupação observado nessas áreas, uma redução de aproximadamente 50% de sua população.
A espécie foi descrita originalmenete na obra Flora Brasiliae Meridionalis (quarto ed.) 1(6): 240. 1825[1827].
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat,occurrence | past,present,future | local | very high |
A destruição das restingas de Maricá tem levado ao declínio das espécies nativas que, atualmente, são encontradas apenas em manchas isoladas ou na área protegida de Maricá (Holzer et al., 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat | past | local | high |
A ocupação do litoral pelos europeus iniciou um ciclo de exploração mais intensivo dos recursos naturais da faixa litorânea e, no caso das restingas, onde o solo é “pobre”, há relatos do uso dessas áreas para a pecuária (Holzer et al., 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat,occupancy,mature individuals | present,future | local | medium |
O turismo é uma atividade muito intensa em toda a área do Parque Nacional da Tijuca (Soares, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity | locality,habitat,occupancy,mature individuals | past,present | local | very high |
O Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca apresenta informações de ocorrência de incêndios no interior e arredores da unidade (Soares, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 4.1 Roads & railroads | habitat | past,present | local | medium |
Por ser situada em área urbana, a Floresta da Tijuca possui diversas estradas pavimentadas que causam efeito de borda e fragmentação da vegetação (Matos, 2007). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat,locality,occupancy,occurrence,mature individuals | present,future | regional | very high |
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). A Região dos Lagos vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área do Centro de Diversidade Vegetal (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie possui registros nas seguintes Unidades de Conservação: Monumento Natural da Ilhas Cagarras (Bovini et al., 2014), Parque Municipal Ecológico da Prainha (J.M. Alvarenga 7253; L. Cardoso, 34), Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá (R. Marquete 125) e Parque Nacional da Tijuca (W.C. Gregory, A. Krapoivickas & J. Pietrarelli,10101). |
Ação | Situação |
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Uso | Proveniência | Recurso |
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1. Food - human | natural | flower |
Hedrick e Sturtevant (1972) reportam que brasileiros vem comendo a corola cozida desta planta da mesma forma que legumes são consumidos. |